Renascimento Cultural

Renascimento Cultural

     O Renascimento Cultural foi um movimento artístico, científico, e intelectual que marcou a passagem da Idade Média pra a Idade Moderna (séc. XIV até XVI). O Renascimento está presente em um contexto do nascimento da burguesia, comercial e urbano, sendo os burgueses os Mecenas.

     A Itália é o berço do Renascimento. Esse movimento teve origem na península Itálica devido a esses fatores:

• A riqueza das cidades: entre os séculos XII e XV, a Europa ocidental vivenciou a expansão das atividades mercantis, a multiplicação das rotas de comércio, o surgimento de feiras, e o desenvolvimento das cidades, como as italianas, que se tornaram muito ricas. Algumas delas acumularam grandes fortunas, monopolizando o comércio marítimo pelo Mediterrâneo, como das cidades no mundo feudal.

•  A presença da cultura clássica: a Itália foi sede do Império Romano do Ocidente. Sendo assim, ela absorveu muitos aspectos da cultura grega. Esse ambiente cultural facilitou a revalorização da cultura clássica.

•  O mecenato: as cidades italianas eram governadas, geralmente, por famílias milionárias, as quais, para se projetarem socialmente, financiavam os artistas e os intelectuais renascentistas. Os financiadores da cultura renascentista eram os mecenas​.

• Os sábios bizantinos: em 1453, Constantinopla, capital do Império Bizantino, foi invadida pelos turcos otomanos. Em virtude desse fato, vários intelectuais bizantinos que detinham muitos conhecimentos foram para a Itália

     No Feudalismo, presente na Idade Média, a posição social do indivíduo era imutável, e a principal fonte de conforto espiritual era a fé. Para a maioria absoluta das pessoas (servos), só a morte e a possível idade para o paraíso poriam fim à vida terrena, que mais parecia um “vale de lágrimas”. Mudanças maiores ocorreram à medida em que a nova classe social de comerciantes, a burguesia, começou a acreditar e a difundir a ideia de que, graças à riqueza e ao sucesso nos negócios, era possível encontrar um “pedacinho do paraíso na face da Terra”.

    Esse movimento buscava superar a visão de mundo da Idade Média, o Teocentrismo, querendo trazer a visão do Antropocentrismo.

REMBRANDT. Lição de Anatomia do Dr. Tuid

       O Renascimento também influencia a valorização da ciência, porque se você quer valorizar o ser humano precisa buscar valores racionais para isso. Como por exemplo a Medicina: o movimento transformou a pintura, a escultura e a arquitetura; influenciou a literatura, a ciência, a política, a moral, e a religião; deixou profundas marcas na economia e na sociedade. E não foi diferente na Medicina, que também avançou na busca por explicações científicas nesse período. Ousados e curiosos para a época, os médicos na Renascença desafiaram proibições e investigaram cadáveres. O médico holandês Andréas Vesalius, considerado pai da anatomia moderna, lançou em 1543, o livro Anatomia Humana, o que causou uma revolução na Medicina.

• As principais ideias do movimento eram:

• Classicismo- ​A verdadeira fonte de inspiração para os artistas do Renascimento era a cultura greco-romana. Sócrates, Platão, Aristóteles, Eurípedes, Sófocles, Heródoto, Píndaro, Cícero, Sêneca, esses, para os renascentistas, eram homens que representavam a cultura e o conhecimento humano. O Renascimento teve, porém, sua originalidade, extremamente rica e variada, por isso as obras não foram meras cópias da cultura greco-romana;

• Antropocentrismo- Ser humano como centro do universo;

• Humanismo-  Exalta e valoriza o talento, a capacidade, a criatividade e a inteligência do homem, ou seja, o homem como o centro de tudo e a medida para todas as coisas;

• Racionalismo​- A razão foi a qualidade humana mais apreciada no Renascimento. Os renascentistas acreditavam firmemente que o homem criava, conhecia e se distinguia dos animais por meio da razão. Nesse aspecto, o homem do Renascimento era completamente diferente do homem medieval. As explicações baseadas na fé e nos dogmas da Igreja começavam a ser substituídas pela razão;

• Naturalismo- Valorização da natureza como medida das coisas;

• Otimismo- Era a decorrência do próprio antropocentrismo e do humanismo. O homem renascentista era otimista porque acreditava em sua criatividade, em seu talento, e em seu poder de realização.

• Hedonismo- Valorização do prazer;

• Individualismo- O homem renascentista exaltava o espírito de competição e o individualismo, ou seja, o homem passou a ser valorizado e reconhecido pelo seu talento, pela sua competência e pela sua capacidade individual.

        ●Literatura no Renascimento: A riqueza literária do período renascentista deixou uma grande contribuição para a posteridade. 

        Alguns exemplos: 

• Luís de Camões, português (1524-1580); 
• Miguel de Cervantes, espanhol (1547-1580); 
• Dante Aliguieri, italiano (1313-1375);
• Erasmo de Rotterdam, holandês (1467-1536); 
• Thomas More, inglês (1478-1535); 
• William Shakespeare, inglês (1564-1616); 

Trabalho na Imprensa

        ● Invenção da imprensa ​na Idade Média: os livros em circulação eram poucos e caros, escritos à mão, página por página, pelos monges copistas que praticamente monopolizavam a cultura letrada. A invenção da imprensa, que utilizava a produção em série mecanizada, promoveu uma verdadeira revolução na produção de livros e contribuiu enormemente para a propagação e difusão de novos ideais. A máquina de impressão tipográfica foi inventada pelo alemão Johann Gutenberg no século XV. 

        ● A perspectiva no Renascimento: Se uma das propostas do humanismo era ver o mundo com outros olhos, essa tarefa foi plenamente conseguida pelos pintores do Renascimento. Afinal, eles desenvolveram um novo estilo artístico que promoveu uma verdadeira revolução nas artes plásticas: a perspectiva. 

        Os quadros pintados, até então, retrata as pessoas, os animais, os objetos de uma forma chapada, ou seja, essas imagens eram feitas utilizando-se apenas duas dimensões: a altura e a largura. As pinturas góticas, por exemplo, tinham um tradicional fundo dourado, que eliminava qualquer noção de espaço. 

        Com os renascentistas, isso começou a mudar. Os artistas desse período passaram a se preocupar com o efeito de profundidade em suas pinturas, ou seja em fazer uso da tridimensionalidade. Assim, ao olhar para uma tela, tinha-se a impressão de que se via além dela; como se a moldura do quarto fosse apenas uma janela aberta para realidade ilimitada e contínua. 

      Os corpos, os objetos e a natureza ganharam volume graças aos trabalhos iniciais de mestres italianos, como Duccio, Giotto, ou de flamengos, como os irmãos Jan e Hubert van Eyck, Mestre de Flémalle, Rogier van der Weyder. Foi com o arquiteto florentino Fillippo Brunelleschi, todavia, que a técnica da perspectiva ganhou um acabamento rigoroso, pois, por volta de 1420, ele passou a utilizar conceitos matemáticos para criar a noção de uma perspectiva exata, capaz de conduzir o olhar do observador a um determinado ponto da obra. 

      Tamanha sofisticação exigia do artista conhecimento não apenas de pintura, mas também de matemática, geometria e óptica. Afinal, os objetos mais distantes, além de serem retratados em tamanhos menores. exigiam colorações diferentes, devido a jogos de luz e sombra. Dessa maneira, o pintor deixava de ser um simples arrastão e se transformava em um cientista completo. Com isso, a arte alcançou um novo status

Alunos: Ana Luíza, Leticia Chaves, Lorena Hipolito, Mateus e Natan.

Fontes: https://m.youtube.com/watch?v=lK63g0lcgnc; OLVIEIRI, Antonio Carlos. O Renascimento. Coleção O Cotidiano na História. São Paulo. Ática, 2008. Pag. 33.